Resposta ao Ministro da Saúde Paulo Macedo

segunda-feira, 1 de junho de 2009

OS DEPUTADOS COMUNISTAS NO SEIO DO PARLAMENTO EUROPEU DEMONSTRAM TRABALHO

PCP no Parlamento Europeu:
Uma intervenção permanente ao serviço dos trabalhadores e de Portugal
Ilda Figueiredo
Pedro Guerreiro

Sérgio Ribeiro

+28Relatórios e pareceres 70Resoluções 700Perguntas 1300Intrevenções e declarações de voto-->
A acção do PCP no Parlamento Europeu está profundamente ligada aos problemas e anseios dos trabalhadores e das populações, à persistente defesa dos interesses do País, da democracia, da soberania e independência nacionais, à defesa da paz e constante solidariedade para com todos os povos do mundo. Uma intervenção pautada por uma profunda ligação e conhecimento da realidade do País! Os deputados do PCP no Parlamento Europeu: • Declaram NÃO à "constituição europeia" e ao "tratado de Lisboa", denunciaram as suas gravosas consequências para os trabalhadores e para o País e exigiram a realização de uma consulta por referendo ao povo português; • Realizaram centenas de encontros, visitas e debates, com trabalhadores, utentes dos serviços públicos, reformados, agricultores, pescadores, micro, pequenos e médios empresários, populações, mulheres, jovens, pessoas portadoras de deficiência, emigrantes e imigrantes; • Participaram nas grandiosas manifestações e em inúmeras acções de luta pelos direitos e conquistas laborais e sociais dos trabalhadores; • Promoveram e participaram em acções pelo fim da guerra, em defesa da paz e de solidariedade para com outros povos; • Apresentaram milhares de propostas com vista à resolução dos problemas concretos dos trabalhadores, das populações e do País; • Foram responsáveis pela elaboração de 28 relatórios e pareceres no PE; • Subscreveram cerca de 70 resoluções no PE, algumas das quais agendadas por sua iniciativa; • Apresentaram mais de 700 perguntas (requerimentos) à Comissão Europeia e ao Conselho da União Europeia; • Elaboraram mais de 1300 intervenções e declarações de voto em sessão plenária do PE; • Por sua iniciativa e proposta do Grupo parlamentar Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica foram realizados diversos debates em sessão plenária do PE e em Portugal; • Assinalaram, em 2006, os 20 anos de adesão de Portugal à CEE/UE, realizando deslocações a todos os distritos do País, incluindo as Regiões Autónomas, culminando com a realização de um Encontro Nacional do PCP, contribuindo para a análise das gravosas consequências para os trabalhadores e para o País de mais de duas décadas de integração capitalista europeia, para a necessidade da ruptura com as suas políticas e afirmação de um projecto soberano e progressista para Portugal e outra Europa de cooperação e paz. [Encontro Nacional sobre os 20 anos de adesão de Portugal à CEE/UE] [Dossier «Por um outra Europa – a UE e a presidência portuguesa]

CDU - SEM FALTA! VOTE DIA 07 DE JUNHO DE 2009

Inquérito da candidata Ilda Figueiredo Ilda Figueiredo é a cabeça de lista da CDU às eleições europeias de 7 de Junho.
O que é que a leva a querer ser eurodeputada?
Bom, como é sabido já sou deputada eleita nas listas da CDU, nas últimas eleições para o Parlamento Europeu. E, portanto, o que quero é continuar este trabalho na defesa dos interesses de Portugal, do emprego com direitos, da nossa produção, dos direitos dos trabalhadores, na defesa de serviços públicos de qualidade, na defesa de uma outra Europa, solidária, de cooperação, na defesa, também, da soberania do nosso país, porque sem isso não é possível defendermos a nossa produção, os serviços públicos de qualidade, defendermos os interesses nacionais, incluindo o dos pequenos e médios empresários.
Que áreas gostaria mais de tratar?
Eu sou vice-presidente da comissão do emprego e assuntos sociais e isso é para mim uma questão essencial, porque ali temos dado voz à luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores, por exemplo contra este objectivo de alteração da directiva sobre a organização e tempo do trabalho, que visa por em causa conquistas dos últimos cem anos dos direitos dos trabalhadores, desvalorizando o trabalho e pondo em causa a dignidade de quem trabalha. Mas igualmente sou também membro da comissão dos direitos das mulheres e de igualdade de oportunidades, numa lista que fiz toda a vida, dos direitos dos trabalhadores, dos direitos das mulheres, da dignidade das mulheres, contra as discriminações de que infelizmente continuam a ser vítimas, quer no mundo do trabalho, quer no acesso ao emprego e até na sociedade e na família, infelizmente.
As investigações do Parlamento Europeu sobre os voos e prisões da CIA na Europa foram úteis?
Naturalmente que foram úteis, mas é lamentável que aqui, em Portugal, sistematicamente o PS tenha recusado as propostas que o PCP fez, não só para a realização de uma comissão de inquérito na Assembleia da República, como igualmente da divulgação de todo o dossiê que existe sobre este processo e que, como sabemos, também envolve Portugal. Por isso, lamentamos que as propostas que o PCP tem apresentado sobre este processo, visando a sua total transparência e até a tomada de medidas que impeçam que alguma vez mais se repita o que se passou, tenha sido rejeitado pelo PS.
Portugal deve receber antigos prisioneiros de Guantánamo?
Nós sempre estivemos contra a guerra no Iraque. Eu própria fiz parte de uma delegação de mais de 40 deputados do Parlamento Europeu, de diferentes grupos políticos, que esteve no Iraque, poucos dias antes da guerra, que foi ao Congresso americano, que foi á ONU, tentando sempre evitar a guerra, numa denúncia do que iria acontecer se levassem a guerra por diante. Infelizmente, a guerra deu-se. Sempre estivemos contra esta utilização, seja da base de Guantánamo, seja da sua prisão. E sempre defendemos que a base deveria ser devolvida a Cuba e nunca usada como prisão nem sequer existir qualquer tortura ou qualquer vítima deste processo inadmissível como foi todo o processo da CIA nesta guerra ignóbil. E naturalmente quem fez isso que assuma as responsabilidades.
O dever do eurodeputado é defender, em primeiro lugar, o interesse do seu partido?
O dever do eurodeputado, para mim, é defender os interesses nacionais em primeiro lugar. Como deputada do PCP no Parlamento Europeu é isso que procuro fazer a cima de tudo, defender os interesses de Portugal, os interesses de portugueses, das portuguesas, os interesses da nossa produção, os interesses dos trabalhadores, os direitos das mulheres, a soberania do nosso país.Empregaria familiares no seu gabinete? Olhe, nunca fiz, nem farei. Essa é uma resposta simples e clara.
Que poderes acrescidos deveria ter o Parlamento Europeu?
O Parlamento Europeu devia ser, fundamentalmente, um órgão de fiscalização da Comissão Europeia, exigindo uma transparência na sua actuação, uma intervenção maior também na defesa dos grandes princípios que a UE diz defender, no âmbito da coesão social e, portanto, do próprio orçamento comunitário, da distribuição das verbas, mas igualmente na fiscalização da intervenção da Comissão, não só na distribuição dessas verbas, mas igualmente na execução dos diferentes regulamentos, projectos, na apresentação das directivas. Logo, nesse âmbito, tudo o que permita uma fiscalização maior da Comissão Europeia e uma maior transparência da máquina burocrática da UE e uma clarificação da forma como se tomam determinadas medidas, que muitas vezes servem mais interesses de grandes potências ou de grupos económicos e financeiros que dominam na UE, do que os interesses das populações e de cada Estado membro; tudo o que vá nesse sentido nós estamos de acordo. Agora, maior intervenção do Parlamento Europeu, à custa da redução de poderes dos parlamentos nacionais, aí estamos em profundo desacordo. E é isso que o projecto de Tratado de Lisboa pretende, remeter os parlamentos nacionais para meros órgãos de opinião em relação a assuntos que hoje são da sua competência exclusiva. E isso é inadmissível.
22 eurodeputados é o número certo para Portugal?
Na altura do Tratado de Nice, que avançou com a proposta que levou a esta situação, nós fomos os únicos deputados portugueses que estiveram contra. Estou a falar dos deputados comunistas que integram o Grupo da Esquerda Unitária Europeia. Esquerda Verde-Nórdica, que foi o único grupo, que no seu conjunto votou contra o projecto de Tratado de Nice no Parlamento Europeu. Embora os tratados não tenham que ser votados no PE, mas sim em cada país, de acordo com a lei de cada país, seja na Assembleia da República, seja por referendos nacionais. E, portanto, sempre estivemos contra esta redução. Consideramos inadmissível, porque uma perda de deputados para Portugal, significa, à partida, menos deputados para defenderem os interesses nacionais. Mesmo partindo do princípio que todos vão para lá defender interesses nacionais, significam menos possibilidades. A Turquia e os seus eurodeputados terão lugar na UE? Isso vai depender das decisões dos povos, primeiro do próprio povo da Turquia e, em segundo lugar, de cada um dos Estados membros da UE.
Acha bem que o Parlamento Europeu altere o seu regulamento interno para prevenir que Jean-Marie Le Pen presida à sessão inaugural? Olhe, nós consideramos que deputados fascistas nem sequer deveriam estar no Parlamento Europeu, mas essa é uma questão que resulta da legislação de cada país e, para além disso, depende também da própria decisão do povo de cada país. Vamos ver o que vai acontecer. Pode ser que nem seja eleito. O Tratado de Lisboa é absolutamente necessário? Nós consideramos inadmissível que o projecto de Tratado de Lisboa ainda se mantenha como hipótese possível no horizonte. Porque já houve um povo que disse não num referendo, o único aliás que autorizaram. Nos termos do tratado da UE em vigor, basta que um país não aceite um projecto de tratado para ele não entrar em vigor. E por isso considero que este projecto de Tratado de Lisboa já devia ter sido arquivado no caixote do lixo da História. Infelizmente estão a teimar e a pressionar o povo da Irlanda para um novo referendo, o que também dá uma ideia do conceito de democracia desta UE. Aliás, o mesmo que existe em Portugal, por parte do PS e do PSD, que prometeram o referendo na campanha eleitoral anterior e que depois, com medo do resultado, impediram que o referendo se realizasse em Portugal. Agora, estes partidos, PS e PSD, mereciam que o povo não votasse neles, porque se eles consideraram que o povo não tinham condições para se exprimir num referendo sobre o que deseja para o futuro de Portugal, tendo em conta o projecto de Tratado de Lisboa, então agora também não deviam merecer os votos de quem consideram que não tem condições para se pronunciar num referendo.
Vê grandes diferenças em relação à Constituição Europeia? As diferenças são de maquilhagem, ou seja, alteraram uns pormenores para na prática deixarem tudo na mesma. Tiraram-lhe o nome, naturalmente, porque depois da recusa pelos povos da França e da Holanda, não podiam manter exactamente o mesmo, tendo em conta que o projecto de Tratado de Lisboa, na prática, é idêntico ao anterior. Basta ver a versão consolidada do projecto de Tratado de Lisboa com o projecto do tratado anterior para chegar à conclusão que as diferenças são de pormenor. Mas as suas linhas fundamentais e os seus conteúdos, em mais de 90% dos casos, são idênticos. E, por isso, depois de um projecto já rejeitado pelos povos de três países, de facto, não é aceitável que os líderes da UE e as forças políticas maioritárias, PSE e PPE, insistam no mesmo que os povos já disseram que não queriam. Não há projecto de futuro com credibilidade suficiente se ele não tiver o apoio dos seus povos. E estes projectos claramente não têm.
Acha bem que o Parlamento Europeu tenha de deslocar-se todos os meses a Estrasburgo apenas para as sessões plenárias?
Claro que não. Mas essa é uma velha questão, ou seja, os países fundadores da então CEE dividiram entre si as sedes fundamentais, Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo, portanto, Bélgica, Luxemburgo e França, com o apoio da Alemanha e da Holanda. E a conclusão é aquela que temos hoje. Está no tratado e só pode ser alterado por unanimidade. Os países fundadores não dão a unanimidade e, portanto, mantém-se esta posição. Independentemente da nossa discordância e, creio eu, de uma discordância de maioria de deputados. Mas não podem alterar o tratado. Este tem que ser alterado por unanimidade. Incluindo neste ponto, porque este ponto está no tratado.
Acha bem que se gastem nove milhões de euros para construir um ginásio no Parlamento Europeu?
Claro que não, mas esses são os tais pormenores, porque provavelmente uma deslocação mensal entre Bruxelas e Estrasburgo não deve custar muito menos.
Os agricultores queixam-se, com razão, da Política Agrícola Comum?
Com toda a razão, em relação à PAC e, nós, deputados do PCP votámos contra não só a revisão que, entretanto, se fez durante este mandato, mas também agora contra o chamado estado de Saúde da PAC, porque elas visam sempre um objectivo: facilitar a atribuição de verbas aos grandes proprietários da terra, independentemente de as cultivarem ou não, e não apoiar a agricultura familiar, os pequenos e médios agricultores. E, por isso, em Portugal e noutros países, mas sobretudo em Portugal, onde há características próprias da nossa agricultura, tem sido o abandono da terra, por parte dos grandes proprietários que, ou vendem aos espanhóis, como aconteceu no Sul, seja porque recebem os apoios comunitários independentemente de cultivarem a terra. E, por parte da agricultura familiar, por parte dos pequenos e médios agricultores, para quem não há condições para se manterem com rendimentos dignos e para transferirem também para os seus filhos essas propriedades, garantindo-lhes o rendimento adequado. Na medida em que aumentaram os factores de preços e factores de produção e foram reduzidos os apoios na maior parte dos casos. E quando são pagos pelo Governo português é tarde e a más horas. Eu própria, recentemente, propus no PE, à Comissão Europeia, que houvesse uma alteração do Proder e questionei a comissária sobre as queixas dos agricultores em relação às queixas dos agricultores e das suas associações e, com algum espanto, há cerca de um mês, a senhora comissária da Agricultura respondeu dizendo “sim, é possível”, alterar o programa de apoio para o desenvolvimento rural, desde que o Governo português proponha essa alteração e a justifique. E também informou que já tinha enviado, há cerca de um mês, 595 milhões de euros por conta de 2007 e 2008 e os agricultores continuam a perguntar onde é que está o dinheiro. E eu mando-os perguntar, naturalmente, ao senhor ministro da Agricultura e ao primeiro-ministro.
Concorda com a confirmação e Durão Barroso para um segundo mandato como à frente da Comissão Europeia logo a 15 de Julho ou acha que é preciso mais tempo?
O problema não é se é logo a 15 de Julho ou mais tarde.O problema é se vamos continuar a ter uma Comissão com o cariz claramente neo-liberal, de políticas que põem em causa interesses dos trabalhadores, como são as propostas de directiva sobre a organização e o tempo do trabalho, como é uma proposta de directiva que temos lá neste momento em discussão, sobre a saúde, mas foi também a famigerada Bolkestein, que foi aprovada durante esta legislatura, mas como, enfim, todas as liberalizações que se têm feito em sectores estratégicos e fundamentais, na área económica, na área de serviços públicos, energia, transportes, telecomunicações, correios, enfim, questões essenciais. Nós estamos claramente contra esta posição. Nós achamos que o primado não deve ser a livre-concorrência, como tendo sido apanágio da Comissão Europeia, consideramos que não deve continuar a cortar verbas para países com dificuldades, como aconteceu no quadro financeiro comunitário 2007-2013, em que Portugal perdeu cerca de 15% das verbas, quando comparado com o quadro comunitário anterior. E no anterior não havia um presidente da Comissão português. Neste, em que havia, Portugal perdeu cerca de 15% relativamente ao quadro comunitário anterior. Nós discordamos completamente desta orientação. E, por isso, não só votámos contra as posições que o programa e o presidente da Comissão Europeia, por causa dessas intervenções, como o voltaremos a fazer se persistirem no mesmo.
Que personalidade nunca aceitaria como membro da próxima Comissão Europeia?
As questões não são tanto as personalidades e mais as políticas que elas defendem.O Parlamento Europeu é a única instituição europeia directamente eleita pelos cidadãos. Considera que o presidente da Comissão Europeia e, no futuro, o presidente do Conselho Europeu, também deveriam sê-lo? Não sei se alguma vez termos um presidente do Conselho Europeu nos termos em que está a definir porque eu não concordo o projecto de Tratado de Lisboa e espero que ele não chegue a entrar em vigor. Primeira questão. A segunda questão é que o Parlamento Europeu, sendo eleito directamente pelas pessoas, como fizeram uma distribuição muito injusta do número de deputados de cada país, o que temos é desequilíbrio muito forte no Parlamento Europeu. Apenas seis países têm a maioria dos deputados do PE. Então isto defende os interesses dos 27 Estados membros? Eu considero que não e, por isso, eu considero que uma decisão tomada por maioria no PE pode não significar uma posição da maioria dos povos da UE. Apenas o interesse dos seis maiores Estados membros, ou seja, do mesmo directório que, na prática, dominam o Conselho e quer também dominar a Comissão e, naturalmente, pode fazer passar as suas posições no PE.Por isso, é uma falsa democracia, esta de considerar que o PE reflecte a opinião dos povos dos 27 Estados membros. As maiorias que aí se formam podem não significar as opiniões maioritárias dos povos dos Estados membros. E daí que as posições que os povos têm vindo a tomar nos referendos que deixam realizar sejam diferentes daqueles que os deputados defendem. Por que razão há um fosso tão grande entre os cidadãos e as instituições europeias? Exactamente, o que acabei de dizer. Como a maioria dos deputados, que representam as maiores famílias políticas, PSE e PPE, são sempre aqueles que definem as grandes linhas em conjunto das orientações da UE, em termos de políticas neo-liberais, de defesa da livre-concorrência, na defesa dos grupos económicos e financeiros, do militarismo, da defesa do poder das grandes potências, isto é sempre apoiado pelos deputados que, em Portugal, estão no PS, no PSD e no CDS-PP. Sempre. Porque sem isso, as decisões no Parlamento e no Conselho não são aprovadas, precisam do apoio desses dois grandes grupos políticos. Ora, em geral, estas posições são contrárias aos interesses dos povos, veja-se a crise em que estamos, veja-se o resultado da aplicação destas políticas, por exemplo em Portugal, com o agravamento do desemprego, com o agravamento das desigualdade sociais. Naturalmente que o Governo português, nas suas políticas, também contribuiu para isso, mas contribuiu nessa posição dupla; por um lado, como membro do Conselho, aprovou as políticas da UE e, depois, por outro lado, em Portugal, pô-las em prática da forma desastrosa que estamos a ver e com as consequências muito negativas. Não só para a nossa produção, que está em queda brutal, para o encerramento de empresas e destruição do nosso sector produtivo, na agricultura, na indústria, nas pescas, mas igualmente para um agravamento do desemprego, que hoje atinge cerca de 500 mil trabalhadores. E para as desigualdades sociais, em que hoje somos o país da UE em pior situação e, por isso, nós dizemos: então, não se reveja nestes políticos, mas também por isso têm uma oportunidade em Portugal, os portugueses, as portuguesas, de, em três eleições, puderem dizer que não querem a continuação desta situação, votando de um modo diferente, por exemplo na CDU.O que mais podia fazer, neste momento de crise, o Parlamento Europeu? Bom, o Parlamento Europeu tem obrigação de dar voz à luta dos povos, dos trabalhadores, das populações, contra estas políticas que levaram a este desastre. Tem obrigação de exigir ao Conselho e à Comissão uma ruptura com estas políticas e a concretização de políticas alternativas. E nós temos feito essas propostas, por exemplo, contra o Pacto de Estabilidade na defesa de um pacto de progresso e de desenvolvimento social, contra a Estratégia de Lisboa, que é neo-liberal, por uma outra estratégia de solidariedade e de emprego com direitos, contra as políticas que visam por em causa direitos de imigrantes e em defesa do reconhecimento dos direitos fundamentais das pessoas e contra estas propostas que tentam pôr em causa direitos fundamentais, como a directiva de tempo do trabalho. Nós temos dito não. Neste momento o que se impõe não é o aumento da jornada de trabalho. É a redução, para criar mais empregos, com direitos, para valorizar o trabalho, aumentar o poder de compra das populações, para assim contribuir para a dinamização do mercado, para o apoio ao comércio tradicional, para o apoio à produção e, para dessa forma, criar emprego com direitos e contribuir para uma alternativa ao desastre em que estamos mergulhados.Portugal beneficia, até 2013, do último quadro de apoio. O país tem aproveitado bem os fundos comunitários? Primeiro, este quadro de apoio é muito injusto para Portugal, porque quando comparamos com o quadro comunitário anterior, Portugal perdeu cerca de 15% do financiamento anterior. Mas, em segundo lugar, a UE é cada vez menos solidária, os países mais ricos, a Alemanha, a França, etc... cada vez cortam mais no orçamento comunitário. E mesmo a proposta que actualmente vigora de possibilidade de ter um orçamento comunitário anual que vá até 1,13% do PNB comunitário, na prática não tem sido assim, pois o orçamento comunitário para 2009 mal chega a 0,9% do PNB comunitário. E, portanto, já lá vão dois anos e meio de QREN, ou seja, do quadro de referência nacional, onde estão previstas as verbas comunitárias, na prática pouco se utilizou. Pouco mais de 1% ou 2% do conjunto das verbas comunitárias, o que é inaceitável. Até na Agricultura, a Comissão diz que já enviou mais dinheiro do que aquele que foi entregue aos agricultores. E isto não é aceitável. O Governo português não só multiplicou as burocracias que existem em Bruxelas, como centralizou a apreciação e ainda por cima, por exemplo na área da agricultura, isso é muito importante, porque uma boa parte dos fundos comunitários vão para sector agrícola, não só atrasou, como o argumento de atraso na realização dos controlos, que atrasou a entrega do dinheiro dos agricultores. Mas, por outro lado, ao enviar para o quadro de mobilidade, trabalhadores e trabalhadoras do Ministério da Agricultura, que tinham essa função e que hoje estão em casa, já com reduções brutais de salários, quando podiam estar a trabalhar, a fazer esses controlos, e os agricultores já podiam ter recebido esse dinheiro, de facto, este tipo de atitude, quer do Ministério quer do conjunto do Governo português, visou dificultar mais a vida aos agricultores. Mas o mesmo se passou e se continua a passar com os micro, pequenos e médios empresários e com as mais diversas instituições onde foram atrasados projectos e rejeitadas candidaturas.Que argumento usaria, se só pudesse usar um, para convencer os portugueses a ir votar a 7 de Junho? Não deixe que outros votem por si, que outros decidam por si, que outros tomem posições fundamentais para o seu futuro e para o futuro do nosso país. Vote, porque o voto é uma arma fundamental na escolha que deve fazer de quem o vai representar no Parlamento Europeu.
Concorda com a campanha de sensibilização do Parlamento Europeu em Portugal, que remete o controlo dos mercados financeiros e maior segurança alimentar? São duas campanhas que a Comissão Europeia lançou. Isso não significa que a prática seja exactamente essa. Nós vimos o que deu todo o processo dos mercados financeiros, ou seja, na prática não existiu e foi de tal modo débil. Em Portugal, estamos a sofrer as consequências disso, o próprio Orçamento de Estado está a suportar neste momento provavelmente mais de 1 500 milhões de euros de défice do Banco Português de Negócios (BPN). Viu-se o que deu essa regulação dos mercados financeiros. Eu sei que agora dizem que o vão fazer. Mas a questão que se coloca é esta: já admitiam anteriormente que também tinham um controlo dos mercados financeiros. Cada país tem o seu banco nacional, nós temos o Banco de Portugal, e o Banco Central Europeu, que, na zona euro, diz fazer também esse controlo. Então por é que se passou aquilo que se está a passar, por exemplo, em Portugal? Que ninguém deu por ela, que o BPN tinha cometido irregularidades que provavelmente vão custar mais de 1500 milhões de euros de prejuízo ao Orçamento de Estado, dado que o Estado decidiu nacionalizar esses prejuízos, não nacionalizou os lucros, claro, em valores, aliás, bastante superiores. Mas os prejuízos nacionalizou que é para o povo português ter de os pagar. E eu pergunto que controlo é este. Quanto à segurança alimentar, ela é importante, assim como é a soberania alimentar. Simplesmente, a questão que se coloca é esta: a melhor segurança é alimentar é aquela que é feita na base de uma agricultura e de umas pescas de proximidade, portanto, os portugueses possam ter no seu dia-a-dia um controlo da sua agricultura e da sua capacidade de resposta às carências alimentares do seu povo, como segurança alimentar, como soberania alimentar, como estratégia de reserva fundamental da própria sobrevivência alimentar de um povo. E cada país tem que ter. Infelizmente a Política Agrícola Comum tem posto isto em causa. E o Governo português tem ajudado à destruição da agricultura e das pescas em Portugal. Isso é lamentável.Quanto ganha um eurodeputado português? Tem um salário exactamente igual ao da Assembleia da República, que é quem me paga. Este é o estatuto actual em vigor. No entanto, foi aprovada uma proposta no Parlamento Europeu que visa alterar esta situação após as próximas eleições. Houve apenas um partido político português que votou contra, o PCP. O que é que nunca vai deixar de levar consigo para Bruxelas? Olhe, os problemas, as reivindicações e as lutas dos trabalhadores e do povo português, na defesa da produção nacional e dos direitos dos portugueses à escolha do seu futuro. Voltaria a Portugal antes de terminar o mandato de eurodeputado para ocupar um cargo importante? Olhe, primeiro eu pertenço a um partido onde, neste momento, essas questões não se colocam. Mas como nós não sabemos o futuro. Eu quero dizer-lhe que cabe ao povo português decidir sobre isso. Eu estou no Parlamento Europeu por escolha dos portugueses e não troquei, até hoje, esse lugar por outro. O que eu posso oferecer é o meu passado e o meu presente. Quanto ao futuro cabe aos eleitores e às eleitoras decidirem o que querem. Naturalmente, se me elegerem, eu vou continuar no mesmo caminho e de acordo com os mesmos princípios que tive até hoje. publicado a 2009-05-17 às 21:55 Para mais detalhes consulte:http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1235728&especial=Elei%E7%F5es Europeias 2009&seccao=POL%CDTICA GRUPO CONTROLINVESTECopyright © - Todos os direitos reservados

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