"Não podem ser levados a
sério políticos que apoiam leis e desapoiam as suas consequências."
- Gostei deste parágrafo, Américo
Rodrigues.
Importa frisar que há políticos,
melhor há partidos políticos que desde sempre defenderam que todas as
atividades municipais desenvolvidas pelos trabalhadores municipais, bem como as
funções desenvolvidas pelos municípios que foram delegados pelo poder central,
sem este transferir as respetivas verbas.
Importa salientar que o PCP
sempre foi contra a municipalização da educação, saúde e outras funções
nucleares do Estado.
Na AMG a CDU foi a única força
política que votou contra a criação da Culturguarda EM, sempre defendeu a
extinção da Guarda Cidade Desporto, sempre combateu as novas artimanhas jurídico-legais
relacionadas com o Centro Histórico, a Plataforma Logística, entre outras.
Alguém se recorda das más decisões assumidas pelo executivo municipal da Guarda?
Não foi apenas o PS, mas também o PSD que deram aval a más decisões, incluindo
as novelas das instalações do antigo Cine – teatro, a quinta do Alarcão, o
Hotel Turismo, o cinema Oppidana, o espaço físico dos antigos Paços do
Concelho, o CiberCentro e seu subaproveitamento; alguém se recorda quando lá funcionava
o FAOJ? Era uma estrutura financiada pelo poder Central.
Os responsáveis políticos do
poder central são os mesmos do poder local, PS e PSD. Em alguns momentos com o
inestimável contributo do CDS/PP.
Acho vergonhoso que alguns
partidos políticos venham agora a terreno defender os trabalhadores municipais,
melhor os trabalhadores das empresas municipais. Os mesmos que votaram a favor
no executivo municipal, na assembleia municipal e algumas assembleias de
freguesias, nomeadamente na alienação de património municipal às AZC, a
privatização da exploração da recolha de RSU, a concessão dos ramais de ligação
de água e saneamento aos privados com consequências diretas para os munícipes e
para os trabalhadores. Quando era eleito na AMG questionei várias vezes a não
contratação de operários qualificados, a exemplo de canalizadores, jardineiros
entre outros. Quando alguns “fazedores de opinião” da nossa praça argumentam
que há vários espaços públicos degradados esquecem de contabilizar o número de
trabalhadores operários no mapa de pessoal que em alguns setores tem diminuído
em contra ponto com outros quadros superiores sem conteúdo funcional
determinante da dimensão ativa da rentabilização dos meios instalados no
município da Guarda.
A política da habitação também
poderia passar na rentabilização dos recursos humanos do município para
projetos aos munícipes mas carenciados do nosso concelho. Outros dizem que isto
é falível, é verdade que não há justiça fiscal, logo não há justiça social.
Pago mais em termos percentuais
de IRS que a banca de IRC, pago mais para a CGA/S.Social e usufruo menos para
os meus descendentes, nomeadamente em abono de família. Em contraponto apoiam
mais o patronato na dita criação líquida de emprego com a isenção de pagamento
da TSU e pagamento de 50 a 60% da remuneração, exemplo da medida estímulo 2012.
Há pequenas coisas que reproduzem
a matriz ideológica dos sucessivos governos, menos Estado Prestador, mais
Estado Financiador, e Estado Pseudo-Regulador, este com a criação de vários
acrónimos (ERSE, ERS, ERC, etc.). O Estado no presente investe mais do dinheiro
dos contribuintes que no passado, esse passado em que tínhamos, a Rodoviária
Nacional pública, a banca nacionalizada, os seguros nacionalizados, a Galp, a
EDP, bem como outras empresas do SEE. Os resultados revertiam para os cofres do
Estado, hoje revertem para os acionistas privados nacionais e estrangeiros.
Os prejuízos de muitas empresas
públicas advêm das decisões erradas dos sucessivos governos e dos “ boys e
girls” colocados politicamente nas respetivas administrações das empresas, a
principal decorrente da asfixia financeira relacionada com os investimentos
refém do setor financeiro. Este mesmo caminho foi seguido na gestão autárquica
da nossa terra, As consequências das opções em torno de algum investimento
enrolado não só no subfinanciamento do Poder Local, mas aqui mais uma vez o PS;
PSD e CDS são responsáveis com as alterações do financiamento, bem como a lei
dos compromissos, do arredamento, entre outras medidas legislativas com
consequências diretas para cada um de nós, enquanto contribuintes e munícipes.
Deixemo-nos de novelas dos
pseudoindependentes e assumam as responsabilidades enquanto gestores políticos
da causa pública, da minha parte afirmo que as decisões pessoais vertem-se no
lastro coletivo, este assente na discussão séria e sem calculismos
eleitoralistas. O PCP existe há 92 anos, sempre ao serviço do Povo e na defesa
do primado da classe operária e de todos os trabalhadores. Os eleitos do PCP
nas listas da CDU e que legitimamente assumem os valores do trabalho,
honestidade e competência, esta no sentido mais vasto de assumir uma posição política
que foi sufragada pela arma do POVO, o voto.