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Resposta ao Ministro da Saúde Paulo Macedo
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
O futuro da Guarda está na regionalização
Artigo publicado na edição: 309 - 24 de Novembro de 2005 - Tema: Guarda 806 anos
Opinião
O futuro da Guarda está na regionalização
Devemo-nos interrogar que percurso a seguir, tendo em conta a realidade social do nosso concelho. Apesar do crescimento populacional de 13,8% na Guarda, no período de 1991 a 2001, verifica-se que a população está mais envelhecida. Ainda assim, há um aumento da percentagem da população em idade activa (15-65 anos) de 60,8% para 61,4%. Mas é menor do que no total do país. Por outro lado, há um decréscimo da população com menos de 15 anos, o que colocará problemas no futuro, pois vai ser esta faixa etária a "alimentar" a população activa. Mas há dados preocupantes no nosso concelho, dos quais 1.603 desempregados, sendo 766 desempregados com idades até aos 34 anos, o que corresponde a 47,78%; 18,83% são desempregados com habilitações ao nível do ensino superior, verificando-se que o desemprego de longa duração se cifra nos 32, 90%. Quanto à estrutura do emprego assalariado por profissões, as mais qualificadas têm um peso menor do que na média nacional. E relativamente às remunerações médias mensais base por profissões, existe um diferencial nos salários face ao resto do país que, em média, atinge 22,5%, particularmente vincado nas profissões mais qualificadas. A leitura objectiva destes dados é preocupante. O nosso atraso estrutural no contexto nacional só será superado quando forem implementadas medidas de discriminação positiva, em matéria fiscal e outras, para fixar quadros e equacionar um outro tecido produtivo, assente no conhecimento científico e tecnológico. É necessário incentivar empresários com formação e qualificação na área da gestão, que tenham preocupações na formação contínua dos trabalhadores, mas também preocupações de cariz ambiental. Não basta dizer que temos ar puro, que é bom viver na Guarda. São necessárias linhas orientadoras para a melhoria da qualidade de vida, cuja responsabilidade é da política. O meio urbano tem mais população à custa da desertificação das aldeias, o que traz repercussões no tecido económico e ajuda inevitavelmente ao desaparecimento da agricultura. Devemos discutir abertamente que Plano Director Municipal queremos para o nosso concelho, não abordando apenas a vertente jurídico-formal, mas ouvindo os problemas reais das populações. É necessário traçar o rumo da malha urbana assente num planeamento sustentado em infraestruturas que sirvam a longo prazo e não a curto prazo. É necessário afrontar os interesses imobiliários. Quanto a projectos estruturantes, é necessário no contexto das energias renováveis, um centro eólico com investimentos públicos, principalmente ao nível da AMCB. No âmbito da PLIE, devemos unir esforços para que possamos ter efectivamente um boa ligação ao transporte ferroviário, não só pelo factor ambiental, mas também pelo económico. Na cidade da Guarda predominam apenas as actividades de administração e serviços públicos, estabelecimentos de ensino secundário e superior, de saúde, que chegam a ocupar cerca de 30% da população activa. Onde está o maior contributo do sector privado, na dinamização e sustentabilidade económica e social do nosso concelho? Muitos estudos apontam para a importância da defesa das empresas instaladas na nossa terra, mas interrogo-me se porventura são aproveitados os recursos instalados, nomeadamente, o IPG ou a UBI, porque as instituições públicas não são pertença de cidade A ou B, mas de uma região. Não se deve cimentar o caminho de cada um na sua "capelinha" e protegê-la como uma fortaleza. O caminho passa por favorecer o fluir do conhecimento e fazer com que cada um assuma as suas responsabilidades para o nosso desenvolvimento. É que a iniciativa pública local e regional infelizmente é manietada pelo poder central. É importante e decisivo o investimento público do poder central em infraestruturas, mas as verbas e obras inscritos no PIDDAC, nos últimos anos e para o próximo, têm sido insignificantes colocando a Guarda e todo o distrito nos últimos lugares. Mas caberá ao poder local e regional, decidir o papel preponderante da Guarda no aglutinar da regionalização e também nos laços transfronteiriços. Honorato Robalo, Coordenador da União dos Sindicatos da Guarda
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